A fama da região que foi transformada em verbo no poema de Roberto Drummond começou com um ponto comercial. Mais especificamente, uma padaria. Quando os irmãos Hugo e Juca Savassi, descendentes de italianos, quiseram vender pães e outros quitutes na praça Diogo de Vasconcelos nem imaginavam que o sobrenome da família ficaria para sempre no dia a dia de Belo Horizonte.
Mas, por pouco, a região mais charmosa da capital não herdaria o sobrenome italiano. O estabelecimento ia se chamar Padaria 13 de Maio – como antigamente era denominada a Praça. Foi o questionamento de um dos filhos de Hugo que mudou o curso da história. “Todas as casas italianas levam o sobrenome da família, como Martini e Bosch. Por que não colocar também o nosso?”, indagou o então jovem Danilo, na época com 16 anos. Os impressos para divulgação já estavam prontos, mas foram substituídos na última hora.
Sugestão aceita, a Padaria Savassi deixou de ter nome de praça e foi aberta ao público em 15 de março de 1940. A inauguração começou com uma festa pela manhã e o estabelecimento logo despertou a curiosidade da vizinhança pelo luxo e inovação: instalações modernas, com metal cromado – ainda não utilizado nas construções da capital –, mármore Carrara e jacarandá nas 15 mesas e também na decoração. O confeiteiro Bruno e a máquina de sorvete vieram da Itália e um sorveteiro profissional o mestre Raimundo mudou-se de São Paulo para BH.
“Nosso sorvete era uma coisa fantástica. Nós inventamos um picolé que hoje é o Eskibon: aquele de creme com casca de chocolate. Era o nosso Polar. Vendemos, em uma noite, 1200 unidades. Também fomos a primeira empresa a oferecer doces finos”, conta orgulhoso, o hoje bisavô Danilo, com 88 anos. A padaria comercializava desde pães, passando por gêneros gerais de mercearia, até itens de papelaria. E, aos poucos, foi ganhando uma clientela cada vez maior.
“Nosso sorvete era uma coisa fantástica. Nós inventamos um picolé que hoje é o Eskibon: aquele de creme com casca de chocolate. Era o nosso Polar. Vendemos, em uma noite, 1200 unidades. Também fomos a primeira empresa a oferecer doces finos”, conta orgulhoso, o hoje bisavô Danilo, com 88 anos. A padaria comercializava desde pães, passando por gêneros gerais de mercearia, até itens de papelaria. E, aos poucos, foi ganhando uma clientela cada vez maior.
Tudo começou na colônia italiana
A história da Padaria Savassi teve início em uma colônia de italianos, próxima à cidade de Barbacena. Giácomo e Catarina Savassi se instalaram no local fugindo da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).Inaugurando o espírito empreendedor dos Savassi lá no topo da árvore genealógica da família, um dos descendentes do casal de refugiados veio morar em BH. Aqui, Arthur Savassi se tornou um bem-sucedido empresário, principalmente do ramo de laticínios. “Titio ganhou muito dinheiro e chegou a comprar toda a área do bairro São Lucas”, relembra Danilo Savassi, referindo-se ao seu tio-avô.
Admirados com o sucesso de Arthur, os sobrinhos Hugo e Juca (João Guilherme) decidiram vir trabalhar com o tio-avô em um de seus comércios – a padaria Nova Capital, na rua Tupinambás, a primeira com entrega de pães na cidade. “Os carros saíam às 3 horas para colocar os pães nas cestas que as donas de casa deixavam nas janelas. Uma época que não volta mais”, conta o saudosista Danilo.
Essa foi apenas a primeira padaria da tradição savassiana. Depois, a Nova Capital foi transferida para a esquina das ruas Tupis e Araguari, no Barro Preto, onde também o já pai de família Hugo Savassi instalou sua residência. Com 7 anos de idade, em 1930, Danilo começou a ajudar o pai no comércio.
Já experientes no ramo, os irmãos Hugo e Juca resolveram, então, abrir uma loja do mesmo segmento na Praça 13 de Maio. No centro da Praça, existia o ponto conhecido como Abrigo Pernambuco, com uma espécie de arquibancada coberta e dois bancos de madeira, onde a efervescente juventude belo-horizontina já se encontrava para bater-papo e passar o tempo até altas horas da madrugada. Com a abertura da padaria, os garotos passaram a se reunir em frente ao estabelecimento. O grupo atraiu novos integrantes, cresceu e recebeu o nome de Turma da Savassi – ícone da Belo Horizonte do século 20.
Fonte:http://www.belohorizonte.mg.gov.br
http://www.flickr.com//photos/portalbelohorizonte/sets/72157625778366175/show/g.gov.br/
http://www.flickr.com//photos/portalbelohorizonte/sets/72157625778366175/show/g.gov.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário